publicado em 02/06/2023

Quem é mais grave: O AVC isquêmico ou hemorrágico?

Por Letícia Januzi

Geralmente os AVCs hemorrágicos são mais graves que os AVCs isquêmicos, levando o paciente a necessidade de cuidados intensivos em ambiente de UTI (unidade de terapia intensiva). Apesar disso, nós também podemos ter AVCs isquêmicos muito graves, que levem a sequelas muito importantes, perda de consciência, com coma ou até mesmo (infelizmente), a morte da pessoa. Normalmente os AVCs isquêmicos mais graves são aqueles da artéria cerebral média ou da artéria basilar.

Quando alguém tem um AVC hemorrágico, geralmente, precisa ficar internado em uma UTI (unidade de terapia intensiva) e pode até mesmo precisar de neurocirurgia (cirurgia da cabeça). Também não temos tantas opções de tratamento para ele como temos para o AVC isquêmico, como vou falar em outra postagem por aqui mais adiante. Mas o que eu quero que você entenda é que, quando falamos em AVC, via de regra, a gravidade das sequelas depende de três pontos: tamanho, tempo em que a doença foi identificada e local atingido.

Tamanho: quanto maior for o AVC, piores serão as sequelas, pois mais áreas desse órgão tão importante ficam sem nutrientes.

Tempo em que a pessoa tem seu AVC identificado: quanto mais tempo a pessoa fica tendo um AVC, sem que esse seja identificado e tratado, piores são as sequelas.

Local atingido: nosso cérebro é um mapa. Cada região do cérebro é responsável pelo controle de alguma parte do nosso corpo. Se mais de uma região é afetada, mais sequelas podem existir ou se uma região muito especial for atingida, mesmo que pequena, a sequela pode ser muito importante. Imagine que pode ser muito ruim alguém ter um AVC pequenininho numa região que controla a capacidade de ela engolir ou numa região responsável pela memória.

Assim, chegamos a conclusão que a resposta ideal para essa pergunta é: depende!

É importante também sempre lembrar que para diferenciar um AVC isquêmico do hemorrágico precisamos necessariamente de exame de imagem (tomografia ou ressonância do crânio), pois a apresentação clínica inicial é muito semelhante.

Se você quiser entender melhor a diferença entre esses dois tipos de AVC, clique aqui.

Até mais.

Letícia Januzi
Letícia Januzi

Sobre

Atua como médica neurologista especialista em AVC ("derrame cerebral")
Professora da FAMED-UFAL

CRM - AL 5647
RQE 3137

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