O ombro doloroso é uma condição muito comum após um episódio de AVC. Sua incidência pode variar de 9 – 73% segundo os estudos. Geralmente ocorre entre a segunda e quarta semana após o AVC e as causas mais frequentes são espasticidade, capsulite adesiva e subluxação do ombro (articulação glenoumeral).  Nesse texto vamos abordar a dor no ombro causada por subluxação da articulação dos ossos do ombro.

A subluxação é uma espécie de espaço anormal entre dois ossos do braço (úmero e escápula), ou seja, esse espaço não deveria existir. Via de regra esse espaço deve ser de 2cm para ser considerado como subluxação. A gravidade da subluxação é variável e deve ser avaliada por um profissional capacitado.

A subluxação do ombro no AVC geralmente ocorre por conta de uma fraqueza dos músculos que sustentam e estabilizam a articulação do ombro. A fraqueza é causada por falta de ativação da musculatura bem comum na fase aguda da doença (fase flácida). Essa condição pode ser percebida ao exame físico como uma espécie de cavidade acima do ombro, porém nem sempre ela é visualizada a depender da massa muscular de cada paciente.

Outra forma de identificar a condição é pela dor de moderada a intensa, sentida com a movimentação passiva ou ativa do ombro. Vale lembrar que alguns pacientes tem alterações importantes de sensibilidade em um lado do corpo por conta do AVC e podem ter subluxação de ombro sem dor, então é por isso que é importantíssima a avaliação do paciente pelo neurologista e fisioterapeuta com realização de exame físico e de imagem.

Vamos abordar o tratamento dessa condição em uma outra postagem, mas via de regra este pode envolver fisioterapia com eletroestimulação, fortalecimento muscular, dispositivos de suporte firmes, bandagens no ombro e medidas educativas e treinamento do paciente, cuidador, familiar e equipe clínica sobre o manuseio correto e posicionamento do membro superior afetado.

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